Hackers agem em hospitais

Polícia investiga ações de piratas de internet que obtêm dados de pacientes para extorsão

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Rio – A Polícia Civil garante que apertou o cerco a criminosos que se aproveitam de momentos difíceis de familiares de pacientes internados em estado grave em hospitais particulares do estado. Investigações apontam para a participação de hackers (pessoas que invadem sistemas de computação) para obter dados de vítimas.

Golpes de quadrilhas que praticam estelionatos contra familiares de enfermos, muitos em fase terminal, viraram epidemia no país, onde até unidades públicas viraram alvos.

Em Volta Redonda, no Sul Fluminense, conforme o DIA mostrou semana passada, foram registrados os três últimos casos (dois deles consumados), no Hospital da Unimed. O delegado-titular da 93ª DP (Volta Redonda), Antônio Furtado, descobriu ligação dos estelionatários com o crime organizado e investiga a possível participação de traficantes e dos chamados ‘piratas de internet’ nas investidas. O hospital espalhou cartazes de alerta contra golpistas nos corredores.

“Atualmente, poucos hospitais utilizam papel para o armazenamento de dados. Meios digitais, chamados de prontuários eletrônicos, agrupam todos os dados dos pacientes e seus respectivos médicos, contatos de parentes, lista de medicamentos e detalhes de doenças. Essas informações nas mãos de criminosos, que têm ramificações no Mato Grosso, São Paulo, Goiás e Paraná, são um perigo”, alerta Furtado, que pediu ajuda à Delegacia de Repressão aos Crimes Contra Propriedade Imaterial (DRCPIm) do Rio para investigar o assunto.

Indícios do envolvimento de hackers nos golpes passaram a ser apurados pela polícia diante da precisão das informações recebidas por familiares de doentes nos telefonemas. “Minha impressão era que quem estava ao telefone, se passando pelo médico que atendeu meu marido, tinha o prontuário dele em mãos, tamanha a gama de detalhes de nossa vida particular”, diz X., de 76 anos, esposa de Y., 73, que sofre de câncer e desembolsou pouco mais de R$ 10 mil por um remédio que nunca chegou.

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Por: Francisco Edson Alves