A cada 5 empresas brasileiras, 1 não utiliza antivírus

É o que aponta um estudo realizado pelo IDEC (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) e pelo provedor Internet Level 3 que mapeou diversos aspectos do ambiente de segurança das organizações brasileiras. Entre os itens avaliados, foram levantadas informações sobre a utilização de ferramentas de proteção, como por exemplo a utilização de algumas soluções de endpoint security, categoria que inclui principalmente programas de antivírus.

A pesquisa contou com a participação de 100 empresas das mais variadas faixas de faturamento e segmentos do mercado, mas todas com no mínimo 250 colaboradores. A primeira percepção do resultado pode indicar que as empresas não adquirem soluções para proteção do seu ambiente por problemas financeiros ou limitações do orçamento, mas o que ocorre em alguns casos é a priorização de outros investimentos do departamento de TI e que nem sempre são destinados para a aquisição de ferramentas.

Mas o cenário pode ser um pouco mais complexo se avaliarmos as empresas que afirmam possuir soluções de antivírus. Muitas organizações ainda fazem uso de soluções classificadas como “freeware”, ou seja, sem custo de licenciamento, mas que na verdade são destinadas aos usuários domésticos ou organizações pequenas, como escritórios com 5 ou até 10 licenças gratuitas, dependendo do fabricante. Além disso, essas soluções são gerenciadas localmente em cada computador, ou seja, o administrador da rede não possui uma console de administração centralizada para receber os alertas e aplicar as devidas correções remotamente.

Além do uso indevido da licença “free” no ambiente de rede da empresa, temos também a seguinte situação: A direção da empresa aprova a aquisição da licença de um antivírus corporativo com todos os recursos adicionais que essa modalidade oferece, o departamento de TI realiza a instalação em todo o seu parque de computadores, testa o ambiente, porém acaba por não administrar a ferramenta. E é ai que encontramos outro problema sério, a da gestão inadequada e ineficiente do antivírus que ocorre por vários motivos, mas destacando principalmente a falta de capacitação da equipe, cenário comum quando o fator decisivo para a aquisição de uma solução de antivírus é o preço e não suas características técnicas e também o acúmulo de tarefas atribuídas ao departamento, fazendo com que a equipe não tenha “braços suficientes” e tempo dedicado para análise dos alertas e identificação de novas ameaças na rede.

Por isso antes de realizar a aquisição de um antivírus é necessário avaliar qual a melhor forma de manter a solução na empresa, se é assumindo a gestão internamente com a equipe de TI ou terceirizando sua administração para uma empresa especializada. Obter uma solução priorizando apenas o preço pode acabar gerando constantes retrabalhos com a troca anual do produto na rede, pois a cada ano algum fabricante realiza uma campanha comercial reduzindo os valores do licenciamento.

 

Fontes consultadas: G1 / Internet Level 3

Imagens: Flick/ Pixabay

Texto: Roberto Henrique – Analista de Seg. da Informação – ABCTec